Um homem chamado Rando governava e escravizava o
pobre e então pequeno reino de artesões. Era um ditador que vestia de sua
brutalidade e ignorância para reinar, pessoas caiam mortas aos seus pés apenas
por não olharem devidamente para ele. Como Zebzia era ainda pequena não foi
possível juntar muitos rebeldes. Na verdade não existiam rebeldes de verdade e
sim idealistas que falam de mais nas tabernas e por ali mesmo tinham suas vidas
dissipadas pelos guardas de Rando.
Até que um dia um viajante errante chegou a Zebiza, sua
reputação o precedeu e ele foi recebido por guardas armados até o pescoço mas
vestindo um grande manto de medo. Todos
os guardas caíram mortos aos pés do viajante que parecia saber do que estava
acontecendo. Então ele se dirigiu por lugares estratégicos do pequeno reino até
uma certa taverna, onde lá se encontravam os idealistas e ex-guardas de Rando
que agora ajudavam o povo. O viajante entrou pela porta, todos pararam e
olharam a estranha figura que ali entrava.
Alto, cabelos longos e grisalhos até a cintura. O seu rosto
expressava seriedade, usava um enorme e surrado manto vermelho escuro no seu ombro esquerdo um corvo e em sua mão
direita uma enorme foice toda suja de sangue.
_ Eu sou Baltazar, o filho das trevas e vim em nome de uma
amiga para ajudar este lugar.
Muitos dos homens que ali estavam fugiram aterrorizados e
alguns ficaram. As prostitutas correram com medo para os fundos da taverna.
Todos os ex-guardas ficaram ,sentiam medo mas estavam ali para ajudar.
_ Mas alguém vai embora? Perguntou Baltazar.
Ninguém respondeu, o silêncio pairou, mas logo em seguida
foi quebrado por um jovem de cabelos curtos roupas em tons escuros, uma sacola
nas costas e uma gaita na mão. Ele descia do segundo andar com um sorriso no
rosto. Mas logo se deparou com a sena de tensão e ali mesmo ficou.
_ Garoto, você é filho de Tânia? Perguntou Baltazar.
O garoto se desesperou com a pergunta e logo desceu a escada
e foi até o filho das trevas, o segurou pelo manto e o encarou.
_ Sim eu sou filho dela! O que você fez com ela?
Baltazar olhou o pobre menino o pegou pelo pescoço e o
levantou como se fosse um saco de pães élficos. Ele adora fazer isso com as
pessoas. O garoto perdia o ar, mas mesmo assim mantinha a pose de durão. Os
guardas empunharam suas espadas, mas não atacaram.
_ Sossegue sua mãe esta bem agora, mas não pode vir. Ela
salvou minha vida há um tempo e eu vim retribuir o favor.
O filho das trevas solta o garoto no chão que se afasta e
vai para junto dos guardas. Todos estão trêmulos mais confiantes agora. Tânia
era uma escrava de Rando que fugiu e liderou um pequeno grupo de guerreiros
para fugir e buscarem ajuda.
_ Mas onde está minha mãe? Gritou o garoto.
_ Não interessa garoto! Vocês foram selecionados para
aprenderem a usar o poder sombrio dos nove infernos. E já que ficaram e não
fugiram como maricas sugiro que comecemos imediatamente.
Os guardas guardaram as armas e se ajoelharam perante
Baltazar e depois de um tempo o restante fez o mesmo. Menos o garoto que ainda não entendia bem o
que estava acontecendo.
O filho das trevas estendeu sua mão esquerda para os demais
seu corvo vôo, a taverna inteira se escureceu. Os então rebeldes sentiram
náuseas, suas cabeças pesavam e todo o medo e angustia do mundo pairou naquele
lugar. Uma luz vermelha e quente invadiu a taverna e com isso todos caíram de brusso
no chão menos Baltazar que agora sorria olhando aquela situação. Depois de um
tempo, as coisas se estabilizarão. Estava um calor estranho e o lugar era
sombrio, à taverna já não existia por
completo. Todos olharam para Baltazar que abaixara a mão e olhara para eles
agora com cara de satisfação.
_ Sejam todos bem vindos a o terceiro inferno onde o Caos e
as trevas reinam. Essa é nova casa de vocês até aprenderem o que eu tenho a
ensinar.
Continua.
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